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4 Modos de Evitar Falhas na Calibração em Equipamentos Médico-hospitalares

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Em um hospital, o Engenheiro Clínico desenvolve trabalhos variados tais como manutenção de equipamentos, calibrações, desenvolvimento de novas tecnologias e práticas de gestão de equipamentos. Sabe-se que para ter controle e boa gestão dos equipamentos é importante manter uma base de dados com informações sobre cada equipamento, sejam essas informações mais básicas, como marca, modelo, uma breve descrição do equipamento, numero de série, até informações mais especificas, como setor a qual pertence, estado de uso, ficha vida com informações sobre calibrações, manutenções, a serem feitas e as já efetuadas.

Através dessas informações, desde as básicas até as mais específicas, os processos de manutenção e calibração de equipamentos médico-hospitalares tendem a ser mais precisos, pois saber pelo que o equipamento já passou ao longo de sua vida útil auxilia na tomada de decisões, como por exemplo quando um equipamento deve ou não ser aposentado.

No meio hospitalar, além das manutenções que normalmente devem ser efetuadas, há alguns equipamentos, como ultra-som, raio X, ressonância nuclear magnética, tomografia computadorizada etc., que devido às suas características de motorização e/ou medição, também precisam de calibrações periódicas. Lembrando que a falta de calibração pode comprometer bruscamente um procedimento de diagnóstico.

Calibração é comparação entre dois sistemas de medição ou dispositivos que apresentam uma relação de acordo com um padrão certificado.

Mas afinal, o que é calibração?

Define-se calibração como a comparação entre dois sistemas de medição ou dispositivos que apresentam uma relação de acordo com um padrão certificado. Deve se levar em consideração também, a questão das incertezas das medições, que são as variações dos valores em torno do real. Ao concluir as medições, deve se emitir um certificado, neste deve ser especificado o tipo de padrão usado, de forma a comprovar que o equipamento médico-hospitalar encontra-se apto ao uso.

As principais falhas apontadas por gestores e técnicos em relação as calibrações são:

  • Erros de Medição

A falta de atenção ou, até mesmo, de preparo de alguns técnicos podem acarretar problemas sérios ao calibrar um equipamento médico-hospitalar. Erros de medição, são mais comuns do que parece, e isso pode causar danos ao equipamento ou pior, ao paciente.

  • Esquecer algum teste

No processo de calibração existem vários testes a que os equipamentos devem ser submetidos, portanto é importante seguir um checklist para seguir com os testes corretos. Esquecer algum teste pode inviabilizar o uso de alguns equipamentos, principalmente pelo fato de não garantir que aquele equipamento esteja realmente apto ao uso.

  • Falta de Parâmetros para comparação

Outro ponto que prejudica a realização de uma calibração é a falta de parâmetros de comparação, isso porque, cada equipamento tem padrões já vindos de fábrica, porém só este dado pode não ser suficiente para garantir uma calibração assertiva. Daí a importância da ficha vida do equipamento, contendo informações de calibrações anteriores, permitindo que o técnico/gestor tenha como analisar e comparar medições anteriores, podendo avaliar o equipamento com base em mais do que somente os padrões de fábrica.

Apenas um profissional altamente treinado e experiente conseguirá verificar corretamente os diversos níveis de alteração dos equipamentos.
Apenas um profissional altamente treinado e experiente conseguirá verificar corretamente os diversos níveis de alteração dos equipamentos.

Como Evitar Falhas

1. Equipe técnica qualificada

O primeiro passo a ser dado em direção contrária as falhas no processo de calibração é ter uma equipe qualificada para realizar esse tipo de procedimento. Seja terceirizada ou própria, a equipe técnica deve ter conhecimento necessário para realizar as medições. A calibração de equipamentos médico-hospitalares jamais deve ser feita por um leigo, afinal, apenas um profissional altamente treinado e experiente conseguirá verificar corretamente os diversos níveis de alteração dos equipamentos.

2. Planejamento de Calibrações

A organização como sabemos é ponto chave para, além de manter a ordem dentro da instituição de saúde, ter controle do parque tecnológico. Alguns equipamentos devido à seu nível de complexidade, motorização, exigem aferição e calibração periódica devido ao uso constante e também, a importância desses equipamentos no trato com os pacientes.

Por isso que a calibração de equipamentos médico-hospitalares deve ser levada a sério, respeitando rigorosamente os prazos e métodos. Cada equipamento já de fabrica, vem com padrões de frequências de calibração e manutenção já pré estabelecidos. Porém, cada equipamento tem certa frequência, portanto não é sempre que a data de calibração de um aparelho de ultra-som vai bater com a data de um raio-X, por exemplo.

Para tanto surge a necessidade de planejar de forma inteligente quando cada calibração deve ser feita. Nesse planejamento cabe levantar, quais equipamentos precisam ser calibrados, quando foi feita a ultima calibração, quando a próxima deve ser feita.

Com esse levantamento a equipe técnica do hospital pode se organizar quanto as datas de aferições, levando em consideração quais equipamentos tem datas próximas alocando-os no mesmo dia, economizando tempo e agilizando os processos.

3. Controle do parque e histórico de calibrações

Como já falamos anteriormente, a organização é um quesito importantíssimo para evitar falhas, e ter o controle do parque tecnológico faz parte desse processo. Saber onde cada equipamento se encontra garante agilidade e evita que algum equipo seja esquecido.

Os equipamentos médico-hospitalares vem passando por constantes evoluções e atualizações tecnológicas, portanto os cuidados com manutenções e calibrações devem andar na mesma linha de evolução.

Para que uma manutenção e/ou calibração possa ser realizada de forma segura e completa, é essencial que haja um banco de dados com informações dos equipamentos, as chamadas fichas vida. Com essas informações é possível saber o histórico do equipamento, por quais procedimentos de manutenção ele já passou, se alguma peça já teve de ser substituída, ou mesmo se o equipamento deve ser substituído. 

Além disso, essas informações servem de apoio aos técnicos, que podem por exemplo, comparar as medições feitas nas calibrações anteriores e garantir a seguridade da calibração que esta sendo realizada.

Com o parque tecnológico controlado a eficiência nos processos é maior.
Com o parque tecnológico controlado a eficiência nos processos é maior.

4. Software de automação

Devido ao alto investimento que é feito, por hospitais, em novas tecnologias de tratamento e diagnóstico há uma preocupação crescente quanto a Engenharia Clínica no meio hospitalar, isso porque esse é o profissional responsável pela gestão desses equipamentos.

A questão é, de que forma um Engenheiro Clínico pode otimizar as manutenções e calibrações, de modo a garantir a seguridade dos procedimentos e controle do parque tecnológico?

A resposta é simples, uso de um software de gestão e automação de manutenção e calibração de equipamentos médicos.

Hoje, softwares que auxiliam esses profissionais estão cada vez mais completos e precisos. Dentre as vantagens proporcionadas por esse tipo de software, estão armazenamento de dados dos equipamentos, comparativo de calibrações anteriores, automatização de medições, registro de localização e estado de uso dos equipamentos, ou seja, todos os pontos de como evitar falhas citados anteriormente, se resumem nesse tipo de plataforma.

Todas essas vantagens, além de tornar o processo de manutenção e calibração mais preciso, é um apoio importante quanto ao armazenamento de dados, garantindo segurança e assertividade ao realizar aferições do equipamento médico-hospitalar.

Dúvidas e sugestões? Comente! 🙂

Thiago Bajur

Thiago Bajur

Thiago Bajur é co-fundador da Arkmeds. Escreveu um livro aos 11 anos de idade, o Zot. Estudou Engenharia de Sistemas Médicos na OVGU, Magdeburg Alemanha. Desenvolveu o primeiro analisador de segurança elétrica automático do Brasil. Já foi Juiz na German RoboCup, maior evento de Robótica do mundo. É Apaixonado por inovação e quer transformar a forma como é vista a Engenharia Clínica.
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Gideão Alberto Tomás
Gideão Alberto Tomás
4 anos atrás

Muito bom; e bom trabalho

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